Empreendimento com suspiros que deu super certo
Apaixonada pela arte de cozinhar desde a adolescência, Maiza Ribeiro aprendeu a fazer pão caseiro aos 13 anos de idade e, aos 21, ingressou no curso técnico de agroindústria, em que conheceu as técnicas da produção de alimentos. A cada módulo, Maiza era desafiada a criar um produto novo e ali o sentiu-se mais instigada no segmento gastronômico.
Mais tarde, em maio de 2021, os suspiros chegaram na vida de Maiza, que começou a empreender desde então. “Estava morando em outra cidade, onde meu conhecimento com as pessoas era mínimo, e eu precisava de um trabalho que me desse renda, mas que me permitisse ficar em casa para cuidar da Helena, minha filha, que à época tinha um ano”, disse.
Mas antes de começar a preparar os suspiros, Maiza experimentou outros preparos. “Em fevereiro de 2021, comecei a fazer chocolates para páscoa, bolos e pães caseiro, mas logo em seguida testamos positivo para a Covid 19, foram quase dois meses sem produzir, entre quarentena e recuperação das sequelas da Covid. Durante esse período, eu vi que outras pessoas começaram a produzir bolos semelhantes aos meus e eu ainda não tinha recuperado a saúde para voltar a produzir”, explicou. Foi depois disso que ela deu início às produções dos suspiros.
“Já havia tentado fazer suspiro antes, por ser um doce de infância, mas não dava certo. Então comecei a pesquisar receitas, até que descobri um curso muito bom na internet. Comprei o curso e estudei o quanto pude durante a minha recuperação da Covid. Nos primeiros testes, minhas mãos ainda estavam trêmulas, devido às sequelas, mas mesmo assim, com tremores e tonturas, iniciei os testes”, disse Maiza, que fazia as receitas do curso e dava para as pessoas provarem.
Três meses depois veio a primeira encomenda. “Foi uma festa de 13 anos. Depois mandei um recebido com suspiro para uma digital influencer, para divulgar, e as coisas começaram a caminhar. Levava suspiro dentro da bolsa até quando eu ia no supermercado, com um adesivo com contato, e distribuía para as pessoas, funcionários, nos pula-pula da praça, e fui divulgando. As encomendas foram aumentando. Enquanto isso, errei muitas receitas, veio mais uma festa de 15 anos e vários aniversários infantis. Ao final de agosto por motivos pessoais, precisei retornar à minha cidade, na última semana que fiquei lá, recebi várias encomendas e tive que recusar a maioria, pois já estava organizando a mudança”, afirmou.
Logo que decidiu empreender, Maiza criou as redes sociais para fazer as divulgações e foi aí que definiu a escolha do nome do empreendimento. “Eu queria um nome que remetesse ao aconchego de casa, de um produto feito em casa. Então pesquisamos vários nomes. ‘Delícias’, porque o nome fala por si, quando vc ouve ou lê a palavra Delícias, não dá para imaginar outra coisa a não ser algo gostoso, e ‘ARTESANAL’, por remeter algo feito à mão, de forma única, caseira, com amor e cuidado. Nosso trabalho é feito exclusivamente para cada cliente. Depois que escolhemos o nome e as cores, minha filha criou a primeira logo, que usamos um bom tempo. Hoje usamos um logo profissional, mas que ainda vai passar por algumas mudanças”, afirmou.
Há mais de um ano em sua cidade natal, até hoje Maíza distribui amostras de suspiros, porque, explicou ela, sempre tem alguém que não conhece. “Atualmente temos encomenda toda semana e já cheguei a recusar encomenda por estar com a agenda cheia. Este é o segundo mês que eu e as minhas duas filhas vivemos apenas com a renda dos nossos doces, além do suspiro, fazemos DONUTs e chocolates, mas 80 % da renda vem do suspiro”, disse.
Maiza explicou que é bem difícil conciliar tudo. “Quando um homem tenta empreender, raramente ele precisa se preocupar com tarefas domésticas, filhos, etc. Mas quando se é mulher, casada ou mãe solo, sempre temos muitas funções e isso torna o empreender bem mais difícil”, disse a empreendedora que transforma os desafios em motivação.
“O que mais me motiva é também a minha maior dificuldade. Quando tive minha primeira filha, viajei muito trabalhando e estudando, perdi muito do seu desenvolvimento, hoje ela tem 16 anos, e minha segunda filha tem três anos. Por ser mãe solo, preciso trabalhar para ter meu sustento e o das minhas filhas. Ter um empreendimento que me permite trabalhar em casa, ter uma renda e acompanhar o desenvolvimento das minhas filhas é uma das maiores motivações”, expressou.
Para Maiza, o empreendedorismo a ajudou a vencer as mudanças e dificuldades vividas nos últimos cinco anos. “Empreender não só mudou minha vida como salvou minha vida. Hoje tenho independência financeira, posso cuidar das minhas filhas e estar perto delas, acompanhar o crescimento e desenvolvimento delas. E o melhor: faço o que amo”, afirmou, ao enfatizar o segredo do sucesso.
“Eu li em algum lugar que ter sucesso é ser pago para fazer o que se ama. É fazer o que gosta todos os dias. Quando você faz o que você gosta todos os dias, você não tem um trabalho, tem um empreendimento. Empreender tem muitas dificuldades, principalmente para nós, mulheres, mas acredito que você precisa dar o primeiro passo e começar. Se tiver medo, vai com medo mesmo”, concluiu.
Para conhecer melhor sobre o empreendimento, siga @deliciasartesanaisx no Instagram.
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