Acompanhe a coluna de hoje
Assim como a maniçoba, o vatapá também é um prato que não pode faltar em ocasiões especiais na mesa dos paraenses. Servido no Círio de Nazaré, em aniversários e outras comemorações, não há quem não aprecie este prato, que para os alérgicos ao crustáceo, existe ainda a versão feita com frango. O vatapá paraense, ainda é um verdadeiro ícone da “comida de rua de Belém”, sendo um dos pratos que não podem faltar nas barraquinhas e carrinhos, postados nas esquinas de Belém.
Mas você sabe a origem do vatapá paraense? E em relação ao vatapá baiano, qual o melhor?
Na verdade, ambas as preparações são de origem africana, que chegou no Brasil em meados do século XVI, por meio dos africanos iorubás, escravos que vinham amontoados, nus, em navios negreiros, com o nome original ehba-tápa.
O vatapá, o baiano, é uma iguaria da chamada cozinha do recôncavo baiano, preparado com camarão seco defumado, leite de coco, amendoim, castanha de caju, azeite de dendê, entre outros ingredientes, e espessado (engrossado) com pão dormido. É servido como recheio ou acompanhamento, compondo o tão famoso (e delicioso) acarajé.
O vatapá paraense, presente também nos estados Amazonas e Amapá, é bem mais simples: camarão seco, azeite de dendê, leite de coco, um tipo de fundo das cabeças do camarão, verduras e coentro, e é espessado com trigo - o vatapá que comemos nas ruas de Belém ou nas festas. Em casa de amigos, é servido com arroz branco, e muitas vezes, acompanhado de molho de pimenta cumari e tucupi, jambu cozido e com alguns camarões secos.
Ambas as preparações são deliciosas, mas com fins e aplicações totalmente distintas, mas o vatapá “original” é o baiano, e o paraense é popular também em outros estados no Norte, seria uma versão da iguaria feita na Bahia, sofrendo a perda de alguns ingredientes, adaptando a receita à realidade dos ingredientes e questões econômicas da época. O que corrobora esse fato é a comparação entre a lista de ingredientes e modo de preparo entre as duas receitas.
Ótima coluna 👏🏻👏🏻👏🏻
Excelente. Para mim os dois estilos são maravilhosos. Amo Vatapa. Obrigada prof Walace pelas preparações. São ótimas