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Foto do escritorGastronomia Paraense

Delícia que consagra tradição indígena

Um dos pratos mais populares do Pará, maniçoba preserva cultura

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Maniçoba feita pelo cozinheiro Daniel Mendonça (Crédito da foto: João Magno Filho).

De origem indígena, a maniçoba é uma das comidas mais queridas pelos paraenses e um dos pratos mais consumidos ao longo do ano.

Segundo a nutricionista Danielle Farias, a maniçoba tem muitos valores agregados, como o valor cultural, o emocional e o afetivo. Por isso, é importante respeitar a cultura alimentar, a tradição, a origem desse prato e todas as variações dele. “Uma maniçoba tradicional tem em média 140 quilocalorias por 100g, sendo que a nossa porção, o nosso prato tradicional de maniçoba gira em torno de 400g a 500g. Sendo assim, a nossa maniçoba vai ter em torno de 600 quilocalorias”, explicou.

Nutricionista Danielle Farias (Crédito da foto: Giordana Camarão).

Para não fazer mal à saúde, a maniçoba deve ser cozida por sete dias e degustada com moderação. É feita da folha da maniva, que deve ser triturada e muito bem cozida por uma semana para liberar as toxinas. A fervura resulta em uma consistência pastosa dessa erva, com uma cor que vai do verde escuro até o preto.


“O prato tradicional é feito com algumas proteínas animais, de boi e de porco, e muitos temperos. A versão vegana vai se tornar mais saudável porque você vai tirar todas as carnes, todas as proteínas animais, todas as gorduras e você vai utilizar vegetais que você pode fazer um processo de defumação para ter esse gosto do alimento defumado cozido com a maniva. Além disso, para acrescentar fibra e gordura, na opção vegana normalmente são acrescentadas também as castanhas”, revelou a nutricionista.

Cozinheiro no restaurante Tacacá da Flávia desde 1989, Daniel Mendonça aprendeu a fazer maniçoba com a mãe, quando era criança. Durante a adolescência ele se apaixonou e se aperfeiçoou na gastronomia paraense. Daniel conta como faz sua maniçoba atualmente: “Pego a folha da maniva, trituro, adiciono água, toucinho de porco e coloco para ferver por sete dias. Após esse procedimento, refogo os demais ingredientes, que são carne seca (charque), chouriço, bucho, mocotó suíno, orelha suína, linguiça mista, toucinho suíno defumado, pé suíno. Adiciono tudo na maniva junto com os temperos: alho, pimenta, cominho, cebola, sal e folha de louro”.


Daniel acredita na importância de respeitar a tradição da maniçoba. “Geralmente, no primeiro contato, ela não é muito bem aceita, mas depois de explicarmos como é feita e quando degustada acredito que há uma aceitação melhor”, afirmou.

A nutricionista Danielle Farias informa que a maniçoba tradicional pode ser proibida para pessoas que têm o colesterol elevado, pela quantidade de gordura. “A frequência ideal do consumo da maniçoba é que seja no máximo uma vez por semana e com todos esses cuidados, porque é um prato que tem uma quantidade de calorias bem satisfatória e tem uma variedade de nutrientes que não é tão grande. As proteínas animais presentes já são secas, então elas têm uma alta quantidade de sódio e são processadas. Por conta disso, quem tem colesterol elevado, quem tem problema de hipertensão tem que ter um cuidado. É uma comida extremamente pesada e calórica”, afirmou. A nutricionista também alerta que o consumo da maniçoba não é recomendado para crianças, por causa da grande quantidade de conservantes e sal.

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