Da Baía do Sol para o Brasil: Patrícia Cunha transforma amor de mãe em sucesso na confeitaria

Patrícia Cunha (Crédito da foto: arquivo pessoal).

Natural da Ilha de Mosqueiro, na Baía do Sol (PA), Patrícia Cunha é um exemplo inspirador de como o amor pode ser o ingrediente principal para uma grande virada na vida. Formada em gastronomia pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), ela é casada há 29 anos com Célio — seu companheiro de vida e de trabalho — e mãe de três filhos, sendo que foi justamente o sonho de um deles que deu início à sua trajetória profissional na confeitaria.

Nazaré Marques, primeira inspiração de Patrícia na confeitaria (Crédito da foto: arquivo pessoal).

Apaixonada por bolos desde a infância, Patrícia aprendeu a fazer suas primeiras receitas ainda criança, observando a filha da madrinha preparar bolos de festa. No entanto, sua incursão profissional só começou em 2016, quando decidiu vender bolos caseiros para arrecadar fundos para que o filho Alan pudesse participar de um campeonato de futebol em Minas Gerais. Com apenas quatro formas, fé e coragem, divulgou sua iniciativa no Facebook — e em cinco minutos recebeu a primeira encomenda. O que era um sonho de mãe, virou negócio.

Hoje, com quase 9 anos de estrada, Patrícia tem uma trajetória marcada por superação e criatividade. Um dos maiores desafios foi o primeiro Natal de produção em larga escala, quando, por falta de experiência, perderam mais de 1500 salgadinhos. “O maior desafio para um empreendedor é se manter firme no mercado”, afirma. E ela segue firme.

Bolo salgado de macaxeira camarão com jambú feito por Patrícia (Crédito da foto: arquivo pessoal).

Com um olhar afetuoso para os clientes, que trata como amigos, Patrícia valoriza insumos frescos e o toque amazônico em suas criações. Entre os carros-chefes estão o bolo de macaxeira salgado com camarão e jambu e o kibe mosqueirense com tucupi. O cupuaçu também brilha nos recheios, sendo um dos ingredientes favoritos da chef.

Alan Caetano, filho de Patrícia e o responsável por ela ter se tornado confeiteira (Crédito da foto: arquivo pessoal).

Patrícia não só comanda a cozinha, como também compartilha conhecimento ministrando cursos, inclusive de forma voluntária. Ela sonha em expandir sua atuação levando a gastronomia amazônica para Minas Gerais, terra natal do esposo.

Patrícia ao lado de Célio, seu esposo (Crédito da foto: arquivo pessoal).

O caminho até aqui não foi fácil. Ela iniciou a produção de bolos poucos meses após uma cirurgia para retirada do útero devido a um câncer inicial. “Ocupar a mente com os bolos foi o que me salvou. Nem percebi o tempo passar durante o tratamento.”

Giselle Arouck l, referência de Patrícia na gastronomia (Crédito da foto: arquivo pessoal).

Inspirada por mulheres fortes — como sua mãe, dona Dica, e outras referências da gastronomia — Patrícia afirma que o sucesso vem de tratar o cliente com respeito e cozinhar como se fosse para si mesma. E deixa um conselho para quem quer começar: “Não espere ter estrutura. Comece com o que tem. E lembre-se: o sol nasce para todos.”