O município é um dos maiores produtores do peixe no Pará
A piscicultura é uma atividade agropecuária que está em constante expansão no Pará, um dos maiores produtores de peixe do país. O município de Bragança ocupa o segundo lugar na produção do pescado paraense, sendo superado apenas por Belém.
A pesca na região bragantina tem características artesanal e industrial. Explora grande variedade de espécies para abastecer desde as comunidades locais até o mercado internacional.
A última safra de Bragança foi a da sardinha, de 15 de setembro do ano passado até 15 de abril deste ano, segundo o pescador aposentado Mestre Lázaro, conselheiro da Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, polo Ajuruteua, em Bragança, no Pará. “Era para ter sido menos tempo, mas com essa crise que a gente está atravessando agora, ela se estendeu mais. Isso porque o pescador não tinha como tirar o seu sustento de outra maneira aqui na praia, principalmente aqueles que não estão recebendo o auxílio emergencial. Agora, essa safra foi suspensa, pois as sardinhas foram embora para reprodução, e iniciou a safra da gó, que se estende por menos tempo. Ela começou agora no fim de abril e vai ocorrer durante maio, junho e uma parte de julho”, explicou.
A safra termina quando o peixe desaparece da área de pesca para se reproduzir. “Quando o peixe começa a sumir, é quando há o que os pescadores chamam de falha. Quando ocorre a falha, entre uma safra e outra, os pescadores já têm que se preparar com outros utensílios de pesca para a próxima safra”, afirmou Mestre Lázaro.
Para ele, é muito importante seguir as orientações e respeitar o tempo da safra de cada espécie de peixe. As regras são feitas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Cada comunidade da zona pesqueira também tem um conselheiro da Reserva Extrativista, que orienta os pescadores.
Na opinião de Mestre Lázaro, Bragança é um dos maiores polos pesqueiros que existem no Brasil e a economia bragantina é movida principalmente pela pesca. “A gó é um peixe que tem duas peles: o couro e a coberta de escamas. Ela é mais procurada em restaurantes e pousadas como peixe frito. A gente pode usar ela pra assar, grelhar, cozinhar, refogar, cozinhar, fazer caldeirada etc. Com tempero seco, ela fica muito gostosa. Aqui para nós, não só a gó, todos os peixes feitos de todo jeito são muito valorizados, porém a gó é o peixe do momento. Eu gosto mais dela assada de brasa, em especial na época de maio, quando ela está mais gorda. A gente adora aqui, não só eu, como também a minha família”, declarou Mestre Lázaro.
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